2 Samuel 24.18-25
Era de manhã ainda quando Davi foi avisado de que o castigo de Deus chegara. Uma peste invadira todo o reino de Israel. Davi se desespera ao saber que setenta mil pessoas já haviam morrido. Deus, em sua ira, feria o seu povo, alastrando o mal até o final do dia. Que dia terrível.
Nossa geração também está enfrentando dias diferentes, e talvez até piores do que aqueles, visto que se trata de um vírus que atinge todo o mundo. O COVID 19 apavora os povos, adoece, mata, faz economias se encolherem e a ciência se dobrar. Que tempo terrível.
Mas há esperança! Houve para Davi e com certeza haverá para nós. Mas também há lições a aprender.
A primeira é ter convicção de que Deus permite e está no controle de tudo. Deus enviou a peste sobre Israel; Deus enviou as pragas sobre o Egito; Deus enviou fogo sobre Sodoma e Gomorra. Ainda que Ele não seja o agente direto, nada escapa à sua vontade. Ele sabe de tudo, pode tudo, determina tudo, controla tudo. Ele controla o mar, o ar, o fogo, a luz e as trevas. Ele permitiu que Satanás tocasse em Jó, mas delimitou a sua ação; Ele trouxe enfermidade sobre o Rei Ezequias, e o curou quando quis. Ele é Todo Poderoso. Neste sentido ele permitiu o COVIOD 19, mas este vírus tem seus limites em Deus. Deus é maior do que ele e a seu tempo, e do seu modo, lhe aplacará os dardos.
A segunda lição que devemos aprender com Davi é que Deus sempre tem um propósito. No caso de Davi era uma punição para arrancar de sua mente a vaidade e a presunção. Ele fizera um senso para saber o tamanho de seus exércitos e da sua força (1 Sm 4.24-1-9). Deus muito se desagradou de sua atitude. Como Deus odeia a presunção, o orgulho e a soberba. Ele dá sua graça aos humildes (Lc1.53) e tem prazer no contrito de coração (Sl 51.17). A nossa geração é muito vaidosa, vive buscando seus direitos e seu bem-estar. Há vaidade até em nossas igrejas muitas vezes, trivialidades, futilidades. Parece que desaprendemos de orar, de evangelizar, de ler a Bíblia, de fazer nossas devocionais. Deus pode nos ensinar lições preciosas nestes dias. O que devemos perguntar não é o que Deus está fazendo, mas o que Ele está querendo nos ensinar.
A terceira lição muito clara neste texto é que Deus é misericordioso ao extremo. Ele permite que Davi escolha o castigo pelo seu erro (2 Sm 24.12 e 13). Davi escolhe então cair na mão de Deus e não na mão do homem; eu também faria isso. Então Deus atende o seu pedido, pesa a mão sobre o povo, mas há esperança. Davi ora e tudo muda. Ele confessa o seu pecado: Eu é que pequei, eu é que pequei perversamente, porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai (v.17). Ele se apressa em fazer um altar onde Deus está, nas terras Araúna, oferece holocaustos, clama, chora. Deus ouve e cessa a praga (v.25). O pior dia de todos termina com paz.
Nem de longe podemos nos esquecer que tudo na Bíblia aponta para Jesus. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29); Ele é quem nos reconcilia com o Pai (Ef 2,12-18). Este texto é uma ilustração do que Jesus fez na cruz por nós. Ele aplacou a ira de Deus e agora temos paz com Ele (Rm 5.1).
Mas há lições preciosas neste texto para nós hoje além desta que é a principal. Há perguntas a serem feitas, há decisões a serem tomadas, há compromissos espirituais a serem retomados. Deus quer nos abençoar, nos purificar, nos santificar. Ele também quer despertar nosso amor pelo próximo, nossa generosidade, nossa compaixão. Que antes que tudo isso acabe, antes que a praga cesse, aprendamos estas e outras lições. Que quando tudo acabar sejamos mais crentes ainda, mais dedicados, mais cheios do Espírito Santo, mais amáveis.
Que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de nós.
Pr. Luiz César Nunes de Araújo
Presidente da ICEB
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