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A POSIÇÃO DA IGREJA CRISTÃ EVANGÉLICA SOBRE O ABORTO

Atualizado: 11 de set. de 2020

Novamente a sociedade brasileira quer discutir a questão do aborto e a sua descriminalização. Até pseudoevangélicos já se arvoram em defesa desta pauta criminosa.

A Igreja Cristã Evangélica do Brasil se pronuncia contra qualquer tipo de aborto, exceto em casos em que a continuidade da gravidez, comprovadamente, redunde em risco à vida da mãe.


Os pastores e Igrejas Cristãs Evangélicas entendem que aborto é crime e nenhum convertido deve praticar, incentivar e colaborar com a interrupção da gravidez, em qualquer de suas fases.


Como bem descreveu Randy Alcorn [1]: “Toda criança no ventre é obra de Deus e faz parte do seu plano. Cristo ama essa criança e provou isso, tornando-se semelhante a ela - ele mesmo passou nove meses no ventre de sua mãe. Assim como os termos criança e adolescente, embrião e feto não se referem a seres não humanos, mas a seres humanos em diferentes estágios de desenvolvimento. É cientificamente incorreto dizer que um embrião humano ou um feto não é um ser simplesmente porque ele está em uma fase mais prematura do que uma criança. Isso é a mesma coisa que dizer que uma criança não é um ser humano, porque ele ainda não é um adolescente. Será que alguém se torna mais humano quando cresce? Se assim for, então os adultos são mais humanos do que as crianças, e os jogadores de futebol são mais humanos do que os jóqueis. Algo que não é humano não se torna humano ou mais humano ao ficar mais velho ou maior; tudo o que for humano é humano desde o início, ou não é humano de jeito nenhum. O direito à vida não aumenta com a idade e o tamanho; caso contrário, as crianças e os adolescentes teriam menos direito de viver do que os adultos”.


Tudo o que se precisava para proibir o aborto é o mandamento “Não matarás” (Êxodo 20.13), mas temos mais revelação de Deus sobre o assunto: Se seguir o seu curso natural o embrião se tornará um homem em toda a sua plenitude.


Do ponto de vista bíblico o conceito de vida real e vida em potencial se misturam. A linguagem bíblica é muito propensa a entender um bebê não nascido como pessoa. O Profeta Isaías fala do Senhor que o criou e o formou desde o ventre materno (Isaías 44. 2, 24). Desde o ventre o profeta se entendeu como que contemplado por Deus e chamado para o ministério profético (Isaías 49.5). Outro profeta, Jeremias, fala que foi conhecido e consagrado por Deus antes mesmo de ser formado no ventre materno (Jeremias 1.5). O salmista Davi, no mesmo sentido, fala de Deus o tecendo e o formando no ventre de sua mãe. Relata ele o seu crescimento como o de uma semente plantada na terra (Salmo 139.13-15). O salmista sente o cuidado de Deus para com ele já no período embrionário. Tais afirmações nos indicam que Deus se importa com o ser humano mesmo que este seja apenas e ainda um embrião.


É impressionante observar que, em Lucas 1.15, João Batista foi considerado uma pessoa real mesmo antes de ser concebido. Ele, conforme Lucas, seria grande diante do Senhor, não beberia vinho nem bebida forte e seria cheio do Espírito Santo, já no ventre materno. O próprio Senhor Jesus, ainda no ventre de sua mãe, no primeiro mês de gravidez de Maria, foi chamado por Isabel de “meu Senhor” (Lucas 1.43).


Todos estes textos demonstram o valor da vida embrionária aos olhos de Deus. Tais afirmações somente reforçam a nossa convicção de que na concepção, isto é, na junção do espermatozoide com o óvulo, a pessoa já é considerada por Deus como gente. O maior valor, no entanto, deste pensamento se deu pelo fato de Jesus, nosso Salvador, ter vindo ao mundo passando pela forma embrionária, ainda que miraculosamente, sem que houvesse a coabitação entre seus pais. Quando Jesus veio a ser reconhecido como homem? No momento da concepção Jesus já foi assim conhecido. Tudo o que Ele viria a ser enquanto homem, já estava destacado nas palavras do evangelista. Ele seria grande e seria chamado filho do altíssimo (Lucas 1.31-32).


A conclusão a que devemos chegar é que um embrião não é nada menos que um ser humano em potencial. Um embrião é um organismo vivo, pertence à espécie humana, é irrepetível e único sobre a terra. Ele ainda não se desenvolveu plenamente, mas a sua trajetória rumo à maturidade já se iniciou, e ninguém, senão Deus pode interromper o seu caminho.


Sobre o direito à vida o comentário de Ramon Raposo [2] completa esse pensamento: “Não somente quando embrião já tem direito e sim desde pré-embrião! Após a fertilização o zigoto vai passando por sucessivos estágios pré-embrionários onde ele, na fase de mórula, libera uma proteína imunossupressora chamada EPF (Early Pregnancy Factor - Fator de Gestação Inicial) que já sinaliza ao útero materno para não rejeitá-lo no momento da implantação, mesmo ele sendo um ‘corpo estranho’....assim a mãe acolhe-o para erodir e sangrar o tecido da mãe sem qualquer resposta de defesa da mãe....a vida é biologicamente um milagre e milagrosamente um plano de Deus em favor da vida inquestionável”.


A Igreja Cristã Evangélica do Brasil não apoia o aborto nem mesmo em caso de estupro ou incesto. Novamente Randy Alcorn nos instrue: “Uma vez que reconhecemos que os nascituros são seres humanos, a questão sobre o seu direito de viver deve ser resolvida, independente da forma como foram concebidos. É desigual a comparação entre os direitos das mães e os direitos dos bebês. O que está em jogo na grande maioria dos abortos é o estilo de vida da mãe, em oposição à vida do bebê. Nesses casos, é justo que a sociedade espere que um adulto viva temporariamente com um inconveniente, se a única alternativa é matar uma criança.


Os defensores do aborto desviam a atenção da grande maioria dos abortos ao colocarem o foco sobre o estupro e o incesto por causa do fator simpatia. Eles dão a falsa impressão de que a gravidez é comum nesses casos. No entanto, nenhuma criança é um “produto desprezível de um estupro ou incesto”, mas sim uma criação de Deus única e maravilhosa feita à sua imagem. Para uma mulher vitimizada, pode ser muito mais benéfico ter e carregar uma criança do que saber que uma criança morreu em uma tentativa de reduzir o seu trauma”.


As Igrejas Cristãs Evangélicas ensinam suas famílias a não cederem aos apelos de grupos sociais, como “movimento feminista” e partidos políticos, que querem legalizar ou descriminalizar o aborto. Ensinamos aos nossos jovens e adolescentes o valor do sexo somente dentro do casamento (I Co. 7:2-5). Assim sendo, e dentro de um planejamento familiar, a gravidez será sempre desejável.


Incentivamos as pessoas a sempre desistirem do aborto, e ensinamos ainda que as que pessoas que cometeram aborto precisam se arrepender, pedir perdão a Deus, e receber a purificação de seus pecados que é oferecido por Jesus através de seu sangue purificador.

 

Pr. Luiz César Nunes de Araújo

Presidente da ICEB


 

[1] Pastor e escritor americano. [2] Ramon da Silva Raposo, Teólogo, Doutor em Biotecnologia, Investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

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