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NAS PEGADAS DOS APÓSTOLOS E EVANGELISTAS – ABRINDO IGREJAS

Antes mesmo que a primeira igreja fosse estabelecida o seu fundador, o Senhor Jesus, já incumbira os seus de fazerem discípulos dentre todas as nações (Mt. 28.19,20). Esse serviço antevia a igreja que acolheria os novos crentes. Abrir uma nova igreja é dar cumprimento a esta grande comissão.


Ao observarmos a expansão da igreja por Jerusalém, Judéia, Samaria e até aos confins da terra, verificamos que se trata de um processo crescente e contínuo. Os apóstolos plantadores de igrejas abriram o caminho; devemos continuar na mesma disposição e com a mesma convicção que os motivaram. O mesmo Espírito que separou e enviou os primeiros evangelistas (At 13.1,2) age em nós e por meio de nós. Parece que não há como obedecer a este mandamento sem esforço intencional e contínuo para implantar novas igrejas. Somente o compartilhamento da fé não responde ao propósito de Deus de fazer discípulos e de os reunir em comunidades eclesiásticas.


Não é errado afirmar que a grande comissão está vinculada à plantação de novas igrejas. Parece ser impossível cumprir este mandamento sem abrir novas comunidades. A ordem bíblica se completa quando se batiza e quando se introduz o convertido nesta nova comunidade de Cristo.


A motivação evangelizadora dos primeiros evangelistas visava reunir os novos convertidos debaixo de um organismo vivo denominado igreja após os primeiros passos. Vale ressaltar que muitas dessas, ainda que incipientes, tinham endereço, local reservado para as reuniões, líderes preparados e uma liturgia bem conhecida. Paulo nos apresenta, por exemplo, uma igreja, com virtudes e defeitos, que se reunia na cidade de Corinto. Tratava-se de uma igreja local, com uma liturgia que incluía desde a ministração da ceia do Senhor até o uso dos diversos dons espirituais (1 Co 12-14). Em Éfeso os salvos deviam se reunir semanalmente (At 20.7) e ordinariamente para crescimento, para prestarem culto ao Senhor, para desenvolverem seus dons, para crescimento mútuo e celebração da ceia do Senhor, dentre outros serviços espirituais. Seria difícil pensar que estas práticas devocionais e espirituais pudessem ser desenvolvidas longe do ambiente de uma igreja local. O alcance da grande comissão deveria se estender até este objetivo, o de se estabelecer novas comunidades para os novos cristãos, isto é, para aqueles que foram evangelizados, discipulados e batizados.


A compreensão de Ott e Wilson caminha nesta direção:

Os mandamentos de Jesus não podem ser obedecidos por um indivíduo sozinho e o Reino de Deus não pode ser demonstrado no isolamento. Onde não há comunidades de discípulos, elas devem ser criadas. Sem a plantação de igrejas entre todos os povos, a missão deve ser considerada inacabada. O fato de que de vemos fazer discípulos de todas as nações indica que a tarefa da plantação de igrejas não pode ser considerada completa até que sejam estabelecidas comunidades de discípulos em cada povo [1].

Os convertidos, discipulados e batizados se unem em uma igreja local como povo de Deus. Os escolhidos de Deus são agora reunidos como uma só família (Rm 8.33; Cl 3.12; 2 Tm 2.10; 1 Pe 1.2). Os salvos agora são a comunidade de Deus, sua propriedade particular e lugar onde Deus revela suas virtudes (1 Pe 2.9).


Assim, nas pegadas dos Apóstolos e dos primeiros evangelistas, continuemos, no mesmo Espírito, abrindo novas igrejas.

 

Pr. Luiz César Nunes de Araújo

 

[1] IBID

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