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Púlpito forte, igreja forte

Quando iniciei os estudos para o ministério, na década de 60 em um seminário em Londres, tive o privilégio de frequentar aos domingos duas igrejas, cujos pastores tiveram uma grande influência no meu preparo – Dr. Martyn-Lloyd Jones e Rev. John Stott. Dr. Jones escreveu: “Para mim o ministério da pregação é a maior e mais gloriosa chamada para qual qualquer pessoa pode ser chamada”. De fato, é um glorioso chamado, mas traz uma responsabilidade enorme! Pregar a Palavra fielmente, domingo após domingo não é fácil, porém quando pregadores creem nas Escrituras como a Palavra de Deus e pregam baseados na autoridade da Palavra, a igreja será fortificada. O púlpito forte resulta numa igreja forte.


Um dos últimos conselhos de Paulo a Timóteo, seu filho na fé, foi: “pregue a Palavra, insista, quer seja oportuno, quer não, corrija, repreenda, exorte com toda a paciência e doutrina ... cumpra plenamente o seu ministério” (2Tm 4.2,5). Paulo reconheceu a necessidade de corrigir um comportamento que impede o crescimento da igreja e não está de acordo com a vontade de Deus. Nas cartas à igreja de Corinto, Paulo reprova severamente o comportamento dos cristãos quanto à falta de unidade, a impureza na igreja e a idolatria. Ele define os limites da liberdade cristã, desejando uma igreja sadia e firme em Cristo, na imoral cidade de Corinto. E como Paulo amava aqueles crentes! Ele confessou: “no meio de muitos sofrimentos e angústiasde coração, vos escrevi, com muitas lágrimas...” (2Co 2.4). O pastor deve amar suas ovelhas assim.


Um dos últimos conselhos do apóstolo Paulo a Tito, que estava pastoreando a igreja em Creta, é: “Repreenda-os severamente, para que sejam sadios na fé” (Tt 1.13). Que palavras fortes! Entretanto, para ter uma igreja forte a palavra que é pregada do púlpito tem que ser forte! Parece que muitos pregadores hoje em dia têm medo de repreender e corrigir os crentes. Mas não são suas próprias palavras que estão sendo pregadas, e sim as palavras do Senhor. Em 1Tessalonicenses 2.4-5, Paulo declara: “... assim falamos, não para agradar as pessoas, e sim para agradar a Deus, que prova o nosso coração.” Ele acrescenta que “nunca usamos linguagem de bajulação, nem de pretextos gananciosos.”


Paulo também enfatiza que “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça...” (2Tm 3.16). A Palavra de Deus, toda a Palavra e não somente as partes mais fáceis ou preferidas como os Evangelhos, tem que ser pregada do púlpito. Podemos aprender tanto com a história do povo hebreu, seus altos e baixos no andar com Deus, como dos livros proféticos maiores e menores – as lutas para declarar a Palavra de Deus, o sofrimento dos profetas e a rejeição deles.


Paulo exorta Timóteo a evitar os falatórios inúteis (1Tm 6.20; 2Tm 2.16). Nas pregações, às vezes, há tantas histórias e ilustrações e pouco conteúdo bíblico. As vezes os ouvintes lembram da ilustração, da piada, mas não levam nada da Bíblia para casa. Se queremos igrejas fortes precisamos de púlpitos fortes, em que a Bíblia é pregada fielmente a cada semana. Mas é claro que a mensagem tem que ser pregada com amor e paciência. “O servo do Senhor não deve andar metido em brigas, mas deve ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente” (2Tm 2.24).


Hoje a igreja tem que ser alertada quanto aos falsos mestres e falsas doutrinas. Olhando para a história da igreja notamos que nas épocas de decadência a pregação estava em declínio. Já em épocas de renovação da pregação havia avivamento.


O púlpito forte produzirá uma igreja forte para a glória do Senhor.


Pr. John Barnett

Missionário da UESA

Ex diretor da ECE e do Seteceb

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