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PARABÉNS, IGREJA CRISTÃ EVANGÉLICA DO BRASIL

Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres. Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes. Salmos 126


Quando Frederick Charles Glass, ainda um cristão nominal, desembarcou no porto do Rio de Janeiro, em 1892, ele não imaginava que plantaria tantas igrejas, e que parte delas se transformaria em uma denominação, a ICEB.


O Salmo 126 é propício para nos ajudar a refletir sobre essa linda história, de uma Denominação que completa 123 anos de fundação nesse ano.


O salmista descreve o passado, o presente e o futuro. Ele olha para o passado com gratidão pelo livramento recebido (v. 1-3); olha para o presente com um profundo senso de carência da intervenção divina (v. 4) e olha para o futuro com ardente expectativa de abundantes colheitas (v. 5,6). Caminhemos com o salmista nesta viagem espiritual.


Gratidão (v. 1-3) - Jerusalém havia sido cercada, invadida, saqueada e ferida pelos caldeus no ano 587 antes de Cristo. Nabucodonosor impiedosamente feriu à espada homens, mulheres e crianças. O povo hebreu foi arrastado como um bando de animais para a Babilônia dos ídolos e da feitiçaria. Setenta anos se passaram e Deus abriu-lhe a porta da prisão, quebrou-lhe os grilhões de ferro, e ele voltou para a sua terra, reconstruiu o templo e continuou servindo ao Deus vivo. A libertação milagrosa do povo hebreu do cativeiro babilônico foi uma intervenção portentosa de Deus além de suas expectativas (v.1), um testemunho entre as nações (v. 2) e um motivo de grandiosa e exultante alegria (v.3).


De igual modo, quando olhamos para o passado, contemplamos também a obra libertadora de Deus em nossa vida. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho de seu amor (Cl 1.13). Ele quebrou os grilhões do pecado que nos mantinham cativos. Ele decretou a nossa alforria e a nossa libertação. Hoje somos livres para servirmos ao Senhor. Além disso, olhando para trás, podemos nos lembrar das bênçãos derramadas sobre nós, nossa casa, nossa Igreja e nossa Denominação.


Todos nós, como salvos, como Igrejas e Denominação, a exemplo de Israel, somos gratos a Deus pela salvação e pela plantação de igrejas, pelo preparo e envio de obreiros. Façamos nossa a letra do hino 379 dos Salmos e Hinos que diz: “Conta as bênçãos, dize quantas são, recebidas da divina mão; vem dizê-las, todas de uma vez, e verás surpreso quanto Deus já fez”.


SÚPLICA (V. 4) - O Salmista celebra o passado, mas roga a intervenção divina no presente. As vitórias de ontem não servem para nos conduzir em triunfo hoje. A vida do povo estava árida como o deserto do Neguebe. A sequidão sacrificava o mesmo povo que estava exultante no passado. O Salmista não se acomoda; ele clama por intervenção divina. Ele sabe que a crise não é final. Ele sabe que Deus ainda pode intervir, que pode fazer o deserto florescer. Ele espera que rios caudalosos reguem o deserto. Por isso ele ora e clama, dizendo: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”.


Deus pode fazer a sua igreja florescer ainda mais. Rios de água viva podem fluir do seu interior. “Disse Jesus: Quem crer em mim, segundo as escrituras, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38). Nossas Igrejas e Denominação reverdecem e frutificam para a glória de Deus. Deus ainda visita a sua vinha, da qual somos cooperadores, e faz dela um jardim engrinaldado de flores e um pomar de deliciosos frutos. Supliquemos sempre a Deus que cuide de sua igreja enquanto ela ainda milita neste mundo tenebroso. Que Ele a conduza sempre em vitória.


Expectativa (v. 5,6) - O salmista não pensa numa vida abundante apenas para si mesmo, ele quer ser um semeador. Ele está disposto a sair semeando a boa semente, o que exigirá esforço e determinação pois o semeador precisa sair e andar. Muitas vezes o semeador regará o solo com suas próprias lágrimas. Mas assim como não há semeadura sem colheita, não há lágrimas sem júbilo nessa bendita empreitada. A semeadura pode ser com lágrimas, mas a colheita é certa e com júbilo. As lágrimas podem vir, mas elas não determinarão o nosso serviço, pois serviremos mesmo com elas.


Com certeza a conclusão desse Salmo se refere à volta maravilhosa de Jesus, quando Ele nos entregará ao Pai, que verá o precioso fruto do trabalho da nossa alma e ficará satisfeito. Mas também é um convite para que semeemos enquanto é dia.

Ainda hoje é tempo de semear. Temos a boa semente e o campo já está preparado para recebê-la. Você é um semeador. Lance essa semente nos corações e prepare-se para uma colheita abundante e jubilosa. Continuemos pregando, evangelizando, orando, enviando missionários e plantando igrejas.


Hoje pode haver choro enquanto semeia, mas amanhã haverá muito júbilo pela colheita. 

Faço minhas as palavras de Antônio Vieira ainda no Século XV: “Veja o Céu que ainda tem na terra quem se põe da sua parte. Saiba o Inferno que ainda há na terra quem lhe faça guerra com a palavra de Deus, e saiba a mesma terra que ainda está em estado de reverdecer e dar muito fruto.”


Aproveitemos este tempo para agradecer a Deus pelo que Ele já fez e para suplicar bênçãos para o presente, pedindo que Ele transforme o nosso deserto deste mundo em um oásis espiritual.  E nos enchamos de esperança, crendo que Deus nos dará um ano de muitas colheitas espirituais.


Já andamos durante 123 anos. Que andemos mais, mais rápido, com mais força, até que nos unamos, na glória, aos demais semeadores.


Que Deus continue a nos abençoar.



 

Pr. Luiz César Nunes de Araújo

Presidente da ICEB

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