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O CULTO DEVE CONTAR A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

De todas as definições conhecidas sobre o que é um culto, nenhuma é mais completa do que a de Jean Jacques Von Allmem. Para ele, culto é a recapitulação da história da salvação. Que majestosa definição.


De fato, o tema e mensagem central do culto é contar a história da salvação, e isto mediante toda a liturgia, especialmente das músicas e pregação.


Todo o Antigo Testamento aponta para a maravilhosa história da salvação que se cumpriria em Cristo. Os animais mortos, o sangue derramado, as ofertas várias, as festas comemorativas, tudo apontava para a vinda do Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo (João 1.29).


No Novo Testamento tudo se revelou. Jesus, morrendo na cruz pelos nossos pecados e ressuscitando para a nossa salvação, cumpriu o propósito de Deus, de antes da fundação do mundo (Ef 1.4), de nos salvar eternamente.


Desta forma, quando nos reunimos em culto, devemos recapitular essa história. Nada menos e nada mais do que isso deve ser considerado um culto bíblico e cristão. Jesus morreu e ressuscitou para nos salvar, esta é a razão de nos reunirmos, de cantarmos, de participarmos da ceia, de meditarmos na Palavra, de nos entendermos como irmãos.


Contamos em cada culto a forma maravilhosa como Deus em Cristo nos salvou.


A nossa liturgia deve conter a nossa teologia; e a nossa teologia tem um centro, o Senhor Jesus e a sua obra na cruz. Paulo tem este sentimento ao dizer: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.2). Um “culto” que não aponta para a obra de Cristo na cruz, que exalta o homem, a sua vitória, os seus êxitos e até ganhos espirituais, não tem nenhuma semelhança com o culto bíblico. Se alguém entrasse em uma das igrejas do Novo Testamento para ouvir o Apóstolo Paulo, com certeza não ouviria sobre as suas proezas e vitórias em oração, ou sobre os milagres que aconteceram em sua vida. A sua mensagem, espelhada em suas Epístolas, tinham um centro, Jesus Cristo, e este crucificado.


O culto não é sobre nós, nossas histórias, nossos feitos; o culto não é sobre o que queremos. O culto é sobre a história da salvação, o grande amor de Deus estampado na cruz, o sangue derramado e o maravilhoso convite aos homens para participarem dos seus benefícios. Culto não é para aplaudir pessoas, não é para ensinar a serem vencedoras. Culto é para louvar a Deus pelo que Ele fez, enviando seu Filho para morrer em nosso lugar, garantindo nossa salvação.


De forma prática os que participam ativamente do culto, especialmente seus dirigentes e pregadores, devem ter um zelo enorme para que a história da salvação, ou parte dela, seja contada nos cultos que prestam ao Senhor. Não é difícil cuidar da liturgia de nossos cultos, selecionar as músicas com o propósito de cantar aquelas mais adequadas para apresentar a obra vicária de Cristo. Não deve ser difícil para o pregador, por sua vez, encontrar nas Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a obra de Cristo em nosso favor e transmiti-la aos seus ouvintes.


Spurgeon nos abençoa com a seguinte advertência:


Tomei conhecimento de ministros que conseguem pregar um sermão sem mencionar do começo ao fim o nome de Jesus. Se alguma vez vocês ouvirem um sermão como esse, cuidem para que nunca mais ouçam outro sermão desse homem! Se um padeiro assasse alguma vez para mim um pão sem nenhuma farinha em sua composição, eu tomaria as providências necessárias para que ele jamais fizesse isso de novo. E digo o mesmo a respeito do homem que prega um Evangelho sem Cristo! Deixe que aqueles que não valorizam suas almas imortais vão e ouçam-no; mas, prezados amigos, sua alma e a minha são por demais preciosas para serem colocadas à mercê de tal pregador.


Que Deus nos abençoe e nos auxilie a sempre, sempre, em nossos cultos, recapitular a história da salvação.

 

 

Pr. Luiz César N. Araújo

Presidente da ICEB

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