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A arte de capacitar lideranças

Quero começar com Romanos: “...se é exercer liderança (προΐστημι), que a exerça com zelo” (Rm 12.8). A palavra grega proistemi possui o sentido de exercer uma posição de liderança, governar, dirigir, presidir, estar à frente de pessoas ou coisas. Significa ter interesse em, mostrar preocupação por, cuidar, dar ajuda. Cabe ainda a ideia de defender algo.


O exercício da liderança envolve capacitar pessoas para exercer liderança. Ao examinar as Escrituras vamos encontrar líderes formando novos líderes, e quando isso não ocorreu na história bíblica o povo fracassou em seguir e amar ao Senhor. A formação constante de liderança é papel fundamental para que toda a comunidade permaneça servindo ao Deus eterno.


É claro que aqui nosso assunto é liderança cristã, e neste sentido George Barna nos ajuda com a seguinte definição: “Um líder cristão é alguém chamado por Deus para liderar; que lidera com um caráter plenamente semelhante ao de Cristo; e revela as aptidões funcionais que permitem uma liderança concretizar-se”.[1]


John Maxwell escreve sobre a força de investir na capacitação de novos líderes: “Mas só depois que comecei a me concentrar em desenvolver líderes foi que minha liderança realmente decolou. Descobrira a lei do crescimento explosivo: para aumentar o crescimento, lidere os seguidores; para multiplicar, lidere os líderes”.[2]


A palavra de Deus nos mostra exemplos desta dinâmica poderosa de capacitar novas lideranças. Um exemplo clássico é o conselho de Jetro a Moisés em Êxodo 18.21-22: “Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez; para que julguem este povo em todo tempo. Toda causa grave trarão a ti, mas toda causa pequena eles mesmos julgarão; será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga contigo”. Moisés escolheria a partir de agora homens para desempenhar papéis que ele mesmo havia desempenhado até então. Estes deveriam ser capazes de executar as tarefas com temor a Deus, honestidade e fidelidade. Deveriam possuir algumas características que os habilitam para a missão e, ao mesmo tempo, Moisés deveria confiar a missão a estes homens. Quando Moisés age constituindo novas lideranças ele abre um enorme espaço para a multiplicação e os frutos da alegria, produtividade, eficácia e abundância aparecem de forma extraordinária.


Jesus Cristo é o nosso maior modelo em capacitar novas lideranças e o texto de Marcos 3.13-15 é muito perspicaz ao dizer: “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios”. Aqui fica muito claro a ideia de os apóstolos andarem com Jesus e serem assim capacitados e enviados. Jesus chamou, capacitou e enviou.


O apóstolo Paulo seguiu este mesmo modelo de ter as pessoas próximas dele, de capacitar e enviar para a missão, ele fez isso com Timóteo (2Tm 2.1-2), Tito (Tt 1.5-7) e Epafras. Este último é menos conhecido por nós, no entanto, foi um servo de Deus honrado, seu nome aparece em Colossenses 1.7; 4.12 e Filemom 23. É dito que ele é servo de Deus, fiel ministro de Cristo, amava a igreja, homem de oração e prisioneiro com Paulo.


Portanto, o Antigo e o Novo Testamento têm este ensino poderoso de capacitar novas lideranças para que haja crescimento e multiplicação. O líder que investe em novas lideranças verá sua igreja crescer e se fortalecer. Devemos fazer o que a Bíblia nos ensina para alcançarmos o sucesso desejado.


 

Pr. Ubiracy Lucas Barbosa

ICE Metropolitana – Palmas - TO

[1] George Barna. (Org) Líderes em ação. P. 25. [2] Maxwell, John C. As 21 irrefutáveis leis da liderança (Coleção Liderança com John C. Maxwell) (p. 318). Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.

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