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A CEIA DO SENHOR E A HISTÓRIA DE NOSSA SALVAÇÃO.

Desde o seu início, as igrejas cristãs celebram a Ceia do Senhor em obediência ao Senhor Jesus que diz: fazei isto em memória de mim (Lc 22.19). Sua morte foi o assunto principal enquanto Ele ministrava a Ceia. Disse Ele: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento (Lc 22.15). E ainda: Porque o Filho do Homem, na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo traído (Lc 22.22).

Jesus deu a entender que aquela seria a última reunião com os seus discípulos, e que aquele cerimonial, do pão e do vinho, anunciava a sua morte. O Pão e o vinho faziam alusão ao corpo e sangue do Salvador (Mt 26.27,28). A partir de então, o seu povo deveria celebrar a Ceia do Senhor “em memória de Cristo”, fazendo lembrar o seu sacrifício. Lucas narra da seguinte forma: E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim (22.19).

Desta forma, ao partir o pão na presença dos seus discípulos, Jesus apontava para sua morte na cruz. Ele seria oferecido como o pão que desce do Céu e daria vida eterna a todo que dele se alimentasse (Jo 6.48-51). O sangue servido era símbolo de seu sangue que seria vertido na cruz para remissão dos pecados, a exemplo do que significava o sangue dos cordeiros mortos no cerimonial do Antigo Testamento (Jo 1.29 e 1 Jo 1,7).

Participar da Ceia então é relembrar a morte sacrificial de Jesus em favor de seu povo. Ao dizer que o seu corpo era oferecido por nós (Lc 22.19), Jesus expressava a ideia de que o seu corpo era dado para benefício dos discípulos, e naturalmente para todos os que vierem a crer nele.

Jesus também deixou claro, enquanto ministrava a Ceia, que ela deveria trazer à mente dos discípulos a expectativa de sua ressurreição e volta. A morte não seria o fim, mas o início do cumprimento de suas palavras. Jesus já havia dito várias vezes que ressuscitaria de entre os mortos (Mt 20.17-19; Lc 18.31-34).

Sobre a sua volta fez esta declaração durante a Ceia:  e digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber, novo convosco no reino de meu Pai (Mt. 26.29). A morte anunciada neste momento de tanta tristeza, seria vencida pela sua ressurreição e esquecida com a sua volta para reunir os seus.

A Ceia, então, não deveria ser somente uma lembrança do que Jesus fez na cruz, mas também o anúncio de um novo tempo que se implantará com sua vinda. Os discípulos e, por sua vez, a igreja deveriam participar deste cerimonial aqui na terra “até aquele dia” (Mc 14.25), o dia em que Jesus voltaria e conduziria os seus para o grande banquete em seu reino (Mc 14.26). Berkhof jubila ao dizer que a ceia não somente ratifica ao crente participante as ricas promessas do Evangelho, mas lhe garante que as bênçãos da salvação são suas, como possessão real. Tão seguramente como o corpo é alimentado e renovado pelo pão e pelo vinho, assim a alma que recebe o corpo e o sangue de Cristo pela fé, está agora de posse da vida eterna, e com a mesma segurança a receberá mais abundantemente ainda (Teologia Sistemática – Louis Berkhof, p.657).

Não é de pouca importância, então, participarmos da Ceia do Senhor em nossa igreja local. Há muita teologia nessa liturgia. Há bênçãos em torno do pão e do cálice que somente serão mensuradas na eternidade. Dentre as bênçãos visíveis está a da recapitulação da história da salvação enquanto participamos da mesa do Senhor. Que grande privilégio o nosso.


_______________________________________________________________________ Pr. Luz César Nunes de Araújo

Presidente da ICEB

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