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A igreja e a cidade

Atos 11.19-26.


A primeira cidade a ser construída no mundo foi por mãos de Caim, um homem desobediente e reprovado por Deus. Ela foi edificada em homenagem a Enoque, filho de Caim (Gn 4.17). A última cidade citada na Bíblia é a Nova Jerusalém; cidade que Deus fez em homenagem a Jesus; lugar que Ele preparou para Jesus habitar com os salvos.


Desde então Deus tem um trato para as cidades. Ele já destruiu cidades inteiras, como Sodoma e Gomorra, e já teve misericórdia de outra: Nínive, após a pregação de Jonas.


As cidades são vistas como alvos do amor e do juízo de Deus. Jesus chorou por uma cidade, Jerusalém (Lc 19.41-44). Paulo se sentiu doente por dentro ao ver a idolatria em Atenas. O seu espírito se revoltou (At 17.16).


Ainda hoje há uma luta pela cidade. De um lado temos o inimigo tentando se apossar de cada cidade e de cada país. Ele dominava sobre a Pérsia (Dn 10.13).


No texto que lemos vemos claramente qual deve ser a ação de Deus na cidade. O que Deus deseja que façamos, ao contrário de sermos influenciados pela cidade, sermos uma bênção no meio dela. Deus deseja que sejamos uma bênção para a cidade. Aqui temos três ações:


I- A PRESENÇA NA CIDADE (v. 19, 20).

- Crentes foram dispersados por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão. Com certeza Deus estava nisso, pois eles saíram pregando por toda a parte.

-Pregaram inicialmente aos judeus, mas depois a todos (v.20)

-Jesus já havia dado a ordem para que o mundo inteiro, todas as nações, sejam alcançados (Mt 28.19).

-Ele mesmo orientou os discípulos a uma incursão evangelística em todas as cidades da circunvizinhança (Lc 10.1-12).

-Não tenhamos a menor dúvida de que o desejo dele é que alcancemos todas as cidades.

-Há um movimento mundial chamado: Saturação de Igrejas nas cidades. Não existe ainda uma cidade no Brasil saturada de igrejas. É o evangelho para cada homem e uma igreja para cada povo.

-Aqui temos uma presença circunstancial (pregando onde estavam e para onde fugiam), mas há uma presença intencional. Eles escolheram descer para as regiões gentílicas.

A nossa denominação foi tomada deste espírito. Nós queremos atingir o máximo de cidades possíveis até a volta de Jesus. A juventude cristã evangélica pode fazer muito.


II- O TESTEMUNHO NA CIDADE (v. 22).

- Os novos convertidos causaram um impacto positivo nas mentes das pessoas.

-Eles eram abençoados. A mão do Senhor estava sobre eles (v.21).

-Barnabé viu na igreja a graça do Senhor (v.25). havia algo especial no testemunho deles. Ele ficou tão impactado que trouxe Paulo para ajudar no discipulado de tanta gente (v.25 e 26). Quando Deus abençoa o seu povo há trabalho para muitos. Os dons são liberados para a edificação da igreja.

-Eles foram chamados pela primeira vez de cristãos (v.26). Isto é muito significativo. Era uma forma latina de dizer: os seguidores de Cristo. Que significativo quando uma pessoa é reconhecida pelos de fora como uma pessoa que segue a Cristo. É o melhor título que nós podemos ter sobre a face da terra.

- A presença cristã somente é abençoadora se for seguida de um testemunho cristão.

- Vejamos na política: temos ali a presença evangélica, mas não há impacto positivo.

- O que é maravilhoso aqui é que há um testemunho cristão em meio a dor, ao sofrimento e a perseguição.

- Há uma maneira de nos perdermos na cidade e no mundo; é nos conformando com ele; é nos tornando mais um em seus costumes e pecados; mas há outra destacada aqui, o impacto positivo nas mentes das pessoas através de uma vida bonita na presença do Senhor.


III- A PREGAÇÃO NA CIDADE (V.19,21).

- Mas os crentes não somente tinham uma presença cristã e o testemunho na cidade. Havia também a evangelização. Eles anunciaram o Evangelho de Jesus Cristo.

- Não contaram a respeito de suas vidas, da injustiça imposta a eles pela perseguição; não pregavam sobre o mártir Estêvão, não apresentaram os apóstolos que tinham visto Jesus pessoalmente. Eles apresentaram o Evangelho de Jesus.

-Inicialmente pregaram aos judeus (v.19), mas o Evangelho nunca fica preso. Logo após pregaram aos gentios (v.20).

-Apenas a presença e testemunho não levam uma pessoa à salvação. Temos por exemplo a presença e o testemunho luterano no país desde 1824. 200 anos depois temos no sul do país um dos menores índices de salvos do Brasil. Presença evangélica e até testemunho evangélico não são a ordem completa de Jesus.

-Possivelmente você já ouviu: Evangeliza, se necessário até com palavras. Tal frase não tem sentido algum diante da necessidade de uma pessoa ouvir o Evangelho

- A fé salvadora nasce tão somente em quem ouviu o Evangelho. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), não a do homem, que é a espada do Espírito (Ef 6.17).

Em um tempo em que muitos, inclusive a juventude está se perdendo neste mundo tenebroso; em um tempo em que muitos jovens crentes estão abandonando suas igrejas; em um tempo em que muitos jovens crentes estão abandonando sua fé, precisamos de uma visão divina sobre o que Deus quer de nós no lugar onde estamos.


IV - O MINISTÉRIO NA CIDADE.

Após a instalação da igreja na cidade de Antioquia, veio um novo desafio, o de ministrar aos novos convertidos e ensinar à igreja. Barnabé e Paulo fizeram isso (v.23 a 26). Eles foram bem-sucedidos. Ministraram durante um ano inteiro, possivelmente dentro e fora da igreja, pois o texto fala em uma numerosa multidão (v.26). O ministério nesta igreja ainda contou mais adiante com outros colaboradores (At 13.1,2). A instrução segue a evangelização. Deus ao salvar um povo envia e levanta obreiros para este povo. A terra árida precisa dos lavradores. Se não há visão do campo não se levantam os lavradores. Jesus tinha isto em mente ao dizer que os nossos olhos devem ser levantados para perceber que os campos já estão brancos para a ceifa (Jo 4.35). Deus continua abrindo os olhos de muitos e os chamando para a sua obra maravilhosa. Às vezes Ele usa os “Barnabés” para nos buscar e nos incentivar. Às vezes os crentes mais velhos são os “Barnabés” a desafiar os mais jovens. Seja como for, a obra de Deus sempre é edificada.


Precisamos marcar presença, plantar igrejas, semear grupos pequenos, abrir congregações, enviar missionários.


Precisamos também de uma conversão ética de vida cristã viva e autêntica em nosso arraial; precisamos dos jovens cheios do Espírito Santo causando um impacto positivo em seus lares, suas comunidades, suas escolas e seus trabalhos. Precisamos que nosso povo reaprenda a falar do Evangelho do Senhor Jesus; que esqueça um pouco o futebol, os ídolos, os ícones, e passe a proclamar a cruz, o sangue derramado pelo Cordeiro, a graça redentora, a salvação eterna.


E precisamos que dentre os nossos Deus levante os obreiros para ministrar aos que Ele salva na cidade.


Deus pode contar com você?


 

Pr Luiz César

Presidente da ICEB

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