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Não a nós, mas ao teu nome dá glória

Atualizado: 25 de set. de 2023

Dizer que o culto deve ser teocêntrico (centrado em Deus) e cristocêntrico (centrado em Cristo) é chover no molhado, usando uma expressão popular. Difícil mesmo é avaliarmos as implicações disso na prática de nossa adoração comunitária semanalmente.


As igrejas locais e suas lideranças (normalmente os pastores) lidam com diversas dificuldades para manter um culto bíblico. Dentre essas, existem duas que causam grande prejuízo à adoração que oferecemos a Deus em nossas igrejas.


A primeira delas é a fraca e superficial teologia do culto presente em nossas igrejas. Explico, a Bíblia nos mostra que a adoração é muito mais do que um período de cânticos que oferecemos dominicalmente. Adoração é a nossa resposta humilde produzida pelo impacto da grandeza do Senhor em nossas vidas.


A adoração tem a sua dimensão pessoal, o nosso culto da vida, que oferecemos todos os dias enquanto trabalhamos, estudamos, casamo-nos, criamos os filhos e fazemos qualquer outra coisa (1 Co 10.31; Rm 12.1). Esse tipo de culto não tem hora para começar e nem para terminar, nem precisa de dia e horário. Deus requer dedicação total o tempo todo (Dt 6.5; Mt 22.37).


Por outro lado, há também a adoração comunitária, o culto público, o ajuntamento dos santos (Sl 133; Hb 10.25; 1 Co 14.26). Nesse aspecto, a adoração tem dia e hora marcados. Tem começo, meio e fim; e mais, o próprio Deus estabelece como deve ser adorado (Êx 20.1-3; 1 Co 14.26-40; 1 Tm 2). A adoração comunitária é o ajuntamento do povo de Deus para adorar a Deus nos termos de Deus. Essa adoração jamais deve estar separada do culto pessoal, ainda que seja distinta daquele. Isso tem grandes implicações para a nossa vida!


O segundo problema que traz prejuízo a nossa adoração comunitária é a vaidade dos adoradores – mais precisamente a nossa vaidade. Aqui não me refiro a uma pessoa que gosta de cuidar da aparência simplesmente. Vaidade é pecado, porque a pessoa vaidosa tem o desejo de ser reconhecida e admirada pelos outros. Em termos bíblicos, é temor a homens e orgulho.


No contexto da adoração comunitária, a vaidade é prejudicial porque coloca o “eu” acima do “nós”. Desse modo, pessoas vaidosas querem impor gostos pessoais na forma como a igreja deve adorar e colocam os interesses pessoais à frente da congregação. Isto aconteceria, por exemplo, numa igreja em que o ministro de louvor escolhe canções que ninguém conhece, em ritmos que a igreja não está habituada a cantar (nem preparada), e em tonalidades que somente ele mesmo e mais uns dois conseguem atingir (espero que isso não aconteça em sua igreja).


A vaidade em nosso culto congregacional também é evidenciada quando pessoas querem aparecer. Músicos que competem no volume dos instrumentos; pregadores que chamam mais atenção para si do que para Cristo; membros da igreja que se mostram “espirituais” com comportamento extravagante e forçado nos momentos de oração e louvor.


A melhor maneira de fugirmos da vaidade e do engrandecimento pessoal é oferecermos a Deus um culto teocêntrico, centrado em Jesus Cristo e orientado pelas Escrituras. Em outras palavras, sem desassociar a boa teologia do culto congregacional. Quanto mais seguirmos assim, mais Deus será exaltado, Cristo anunciado, o Espírito honrado e a igreja edificada.


Que isso seja uma realidade em nossas igrejas! “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade” (Sl 115.1).


 

Pr. Vinícius Ferreira

ICE Nova Vida-SP

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