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O cristão e a vida devocional

Vida devocional ou meditação bíblica é mais que a rotina de ler a Bíblia e orar. Através dela Deus se revela aos crentes. Eles contemplam a Deus. O que vimos e ouvimos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam (1Jo 1.1). Este que se tornou um de nós e habitou entre nós vem ao nosso encontro. Seu Espírito está sobre os crentes, e o Espírito de Deus nos revela Cristo, e por meio de Jesus, chegamos aos lugares celestiais. Neste mundo de amor e de glória incomparável contemplamos pela fé o trono de Deus. Cristo se encontra à Sua direita e cremos que Ele intercede por nós. O exercício devocional é uma experiência com a trindade.


Estar neste ambiente requer quietude, silêncio. Deus não divide este momento com nada. Você precisa compreender e saber que Deus é o Senhor e que age com misericórdia, com juízo, com justiça sobre a terra. É destas coisas que Deus se agrada (Jr 9.25). A meditação precisa ter um fim: agradar a Deus. Saber se Deus aceitou ou não sua meditação, sua oferta, seu culto. Avaliá-la se foi como a de Abel ou como a de Caim. Ambos tiveram uma prática devocional, mas apenas um compreendeu e soube agradar a Deus.


Lembre-se que esta compreensão e este saber precisa estimular a sede por Deus. O prazer por Ele e por estar com Ele. Uma definição interior que nada é mais importante que o tempo a sós com Deus. E juntamente com esta definição é necessário produzir uma cerca de proteção que garanta a estabilidade deste exercício. Não podemos definir a vida devocional apenas para os dias tranquilos, tempos de decisões importantes, ou nos momentos de dificuldades. Vivemos tempos de coisas inacabadas e imediatas. Não se amadurece sem uma estabilidade de longo percurso, de permanência na presença de Deus (Gn 18.22).


Este foi o exemplo de Abraão. As coisas seguem a sua rotina, acontecimentos importantes estão por vir com a chegada dos anjos em Sodoma, mas Abraão permanece na presença de Deus. Perceba o segredo por trás deste: “mas, Abraão ainda permanece”. Não podemos ser como crianças arrastadas pelas ondas e pelos ventos, pelas artimanhas e astúcias de tudo que nos induz aos erros (Ef 4.13). A vida devocional não só agrada a Deus, mas também nos envolve com os planos de Deus. Veja que Abraão tinha por volta de 100 anos, e fazia 25 anos que ele havia iniciado encontros com Deus.


Assim, a vida devocional deve desenvolver em nós: a experiência viva e relacional com o mundo da fé; prazer e alegria, permanência e estabilidade no extraordinário contato com a trindade santa.


Pr Jessé Bispo

Capelão do SETECEB

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