É comum ouvirmos em nossas igrejas a seguinte frase: “A juventude – crianças, adolescentes e jovens – são o futuro da igreja”. O perigo neste pensamento é o esquecimento do tempo presente! A juventude é o presente da igreja, em constante desenvolvimento.
O termo adolescência é relativamente novo, existe há 70 ou 80 anos apenas, utilizado para nomear uma fase do desenvolvimento humano, que é marcado por características especiais que por vezes trazem a ideia errada de pessoa “descuidada, sem objetivo, superficial e rebelde”. Não podemos nos conformar com os estereótipos contemporâneos distorcidos que a cultura tenta impor.
Nossos adolescentes têm força, capacidade e inteligência para desenvolver trabalhos significativos na igreja local. Uma das características marcantes desta faixa etária é a facilidade em formar grupos e agregar novos participantes a ele, o que é uma ferramenta essencial no desenvolvimento de qualquer ministério na igreja. Afirmo com segurança que um trabalho com adolescentes que tenha boa liderança, objetivos bíblicos e perseverança será um dos ministérios que mais crescerá na igreja local.
Três pontos são fundamentais para que o trabalho com adolescentes seja frutífero:
O primeiro é que as programações não sejam pensadas como meios de distrações e entretenimento. O adolescente precisa compreender que faz parte da grande comissão de Mateus 28.18-20. Portanto, o objetivo de um trabalho com adolescentes não deve ser “afastá-lo das coisas do mundo”, mas o de fazer com que ele saiba responder como um cristão a tais coisas, glorificando a Deus e levando outros a glorificá-lo.
O segundo ponto é a necessidade do cuidado pastoral. Tomemos como exemplo o cuidado do sábio Salomão ao exortar sobre a obediência ao Senhor em Provérbios 3 (v. 1,3 e 5) “Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos; ... Não te desamparem a benignidade e a fidelidade, ata-as ao pescoço; escreve-as nas tábuas do teu coração, ...Confia no Senhor de todo teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento”. O cuidado pastoral poderá levá-lo a fugir das paixões carnais (1 Pe 2.11), a compreender seu chamado para amar o Evangelho ainda que lhe custe algo (2 Tm 2.3) e a contar com o cuidado de Deus, se revestindo da Sua armadura para vencer os ataques do inimigo (Ef 6.11).
E por fim, além da presença pastoral, é fundamental que se tenha líderes comprometidos com a doutrina bíblica, que sejam bem treinados e que estejam dispostos a cultivar relacionamentos saudáveis com os adolescentes. O grupo precisa compreender o que é a igreja e se sentir parte dela, saber que estão sendo edificados juntamente com os demais para a habitação de Deus (Ef 2.22). Líderes que os levem a ouvir o Evangelho.
Existem vários modelos e estratégias para organizar trabalhos com adolescentes na igreja, mas para mim não se trata do modelo escolhido, e sim de estratégias que tenham a visão bíblica como foco do trabalho. As atividades precisam ser desenvolvidas ao redor das verdades das Escrituras, observando e levando cada adolescente a utilizar sua força e vigor para a glória de Deus.
Encerro convidando você, que faz esta leitura, a orar pelos adolescentes de sua Igreja! Ore para que o Senhor os fortaleça, ore para que o Senhor levante bons líderes em sua igreja local para estarem à frente deste trabalho. Seja um incentivador dos trabalhos com adolescentes, perceba as necessidades, coloque-se à disposição. Lembre-se de que os adolescentes não são apenas o futuro da Igreja: eles também são o presente, a Igreja militante que hoje caminha para ser a Igreja Triunfante.
Pr. Anderson Oliveira
ICE Setor Sul – Anápolis - GO