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OS PERIGOS DO ENTRETENIMENTO NO CULTO


Se em uma classe de escola bíblica dominical lotada um professor perguntar aos crentes quem deve estar no centro do culto e quem nele deve ser glorificado, certamente a resposta será unânime, “Jesus, é claro!”. Eu chamo essas respostas de “respostas crentes automáticas”, e não é porque elas são falsas, distorcidas ou mentirosas. No exemplo acima a resposta está corretíssima. As chamo assim porque são, na maioria esmagadora das vezes, respostas irrefletidas. Elas foram muito bem treinadas e decoradas ao longo da nossa vida cristã em classes de catecúmenos, discipulados, escolas bíblicas e no linguajar “crentês” do dia a dia. Mas não surtiram efeito em nossa teologia prática, elas não influenciaram como enxergamos a devoção diária, a igreja e, nesse caso específico, o culto.


Mesmo confessando as doutrinas corretas, muitos de nós estão buscando um culto que não nasce da Bíblia. Você certamente já ouviu a expressão que diz que “na prática a teoria é outra”, contudo, isso só acontece quando a ortodoxia (doutrina) não é bem consolidada a ponto de gerar atitudes bíblicas nos pastores e cristãos de um modo geral. E quando a nossa doutrina é fraca, certamente será falha a nossa ortopraxia (prática da doutrina) e geralmente o que mais sofre as penas dessa visão bíblica enfraquecida - ou nenhuma visão bíblica às vezes, infelizmente - é o culto. Fruto de uma visão humanista, nele é inserido todo tipo de coisas estranhas às Escrituras como, danças, trenzinhos da alegria, teatros, decorações temáticas, apresentações familiares, shows e tudo o que couber para que as pessoas se sintam bem e atraídas àquele lugar.


E qual o problema? Bem, primeiro precisamos considerar uma verdade bíblica inegável para os verdadeiros cristãos, a de que o culto sempre foi, é e sempre será à Deus e, portanto, precisa ser agradável a Ele segundo aquilo que ele mesmo instituiu. Em nenhum lugar das Escrituras encontraremos respaldo para afirmarmos, no todo ou em parte, que o culto também precisa ser atrativo aos homens, especialmente os descrentes que, em muitas ocasiões, são os alvos a serem alcançados com as bizarrices acrescentadas ao culto público. De Gêneses a Apocalipse, todo ajuntamento do povo de Deus é em nome do Senhor e para o Senhor e, correndo o risco de redundância, reafirmo que é o povo de Deus que se ajunta para adorá-lo e não os descrentes, esses são sempre tratados como visitantes e, estando em nosso meio devem presenciar não aquilo que desejam ver e ouvir, mas verdadeiros crentes prestando um verdadeiro culto.


Quando isso ocorre, ainda que com as melhores das intenções, o centro do nosso culto passa a ser as pessoas e, nesses casos, Jesus é um mero acessório ao qual pode-se aderir ou não, desde que os alvos permaneçam reunindo-se todos os fins de semana em nossos prédios. O problema dessa visão é que todas as vezes que o culto ao Senhor foi profanado Ele o rejeitou, exortou o seu povo para que tornassem ao que lhes fora ensinado e até mesmo os disciplinou por isso.


E se a essa altura você estiver pensando “que exagero! Legalismo!”, recomendo a leitura do livro de Malaquias [para começar] e que você volte para ler esse artigo novamente. O crivo nunca foi e nunca será a “boa” intenção do coração, mas a Escritura.


Em suma, são dois os grandes perigos que corremos ao buscar entretenimento no culto. O primeiro, nasce no coração que, afastado de Deus, não se alegra na adoração pura e simples conforme Ele nos deu e, em última instância, o rejeita; o segundo, e mais terrível, é sermos rejeitados ao cultuarmos, já que estamos reunidos para práticas que dizemos ser em nome de Deus, mas que Ele não aceita e até mesmo as considera profanas dentro do culto.

Lembro ainda aos pastores que os que ensinam serão julgados com maior rigor (Tg 3.1) e que cabe a nós em primeiro lugar o zelo ardente por um culto segundo Deus. Portanto, fica para cada irmão e irmã o alerta, para que não nos encontremos nessa terrível situação. Que Deus nos ajude!


 

Pr. João Paulo Silva

2° ICE Anápolis


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